O mercado de Internet das Coisas (IoT) no Brasil e globalmente está em plena expansão, impulsionado por inovações tecnológicas e investimentos. No entanto, desafios como a segurança cibernética e a necessidade de políticas fiscais favoráveis são cruciais para sustentar esse crescimento e garantir que o país não perca competitividade e oportunidades econômicas significativas.
O Crescimento Exponencial do Mercado de IoT
O mercado global de Internet das Coisas (IoT) está projetado para dobrar de tamanho até 2028, alcançando a marca de R$ 10,4 trilhões em receita, um salto significativo dos R$ 5,5 trilhões registrados em 2023. Esse crescimento é impulsionado principalmente por aplicações empresariais, que deverão representar 72% da receita total do mercado até 2028. No Brasil, o número de dispositivos conectados cresceu 9% em 2024, atingindo 47,2 milhões de unidades.
Desafios e Oportunidades para a IoT no Brasil
Implicações Econômicas e Fiscais
Um estudo recente do IPE Digital alerta que o Brasil pode perder até 76 milhões de dispositivos IoT até 2030 se o regime tributário especial para a tecnologia, que expira em 31 de dezembro de 2025, não for renovado. A desoneração fiscal em vigor desde 2020 já gerou um ganho tributário indireto de R$ 2,57 bilhões, superando em 3,3 vezes a renúncia de arrecadação direta. A não prorrogação dessa política pode resultar em uma perda de mais de R$ 4 bilhões em arrecadação e competitividade.
- Impacto da Não Renovação Fiscal:
- Queda significativa na adoção de IoT, com estagnação em 44 milhões de dispositivos até 2030, em contraste com os 118 milhões que poderiam ser alcançados.
- Perda de competitividade em relação a países como EUA, Alemanha e Coreia do Sul.
- Impacto negativo em setores estratégicos como agronegócio, indústria 4.0, cidades inteligentes e saúde.
Inovação e Investimento em Indústria 4.0
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) estão investindo R$ 16,4 milhões em 33 projetos de tecnologias da Indústria 4.0, através da chamada Smart Factory. Esses projetos visam melhorar a produtividade de micro, pequenas e médias indústrias, desenvolvendo soluções em áreas como:
- Internet das Coisas (IoT): Sistemas de recuperação de calor, otimização de produção gráfica, monitoramento de gases industriais, pesagem automática e otimização energética.
- Inteligência Artificial (IA): Monitoramento da qualidade da água, gestão de usinas fotovoltaicas, análise de dados e gestão de insumos agrícolas.
- Big Data e Computação em Nuvem: Automação operacional na construção civil, verificação de qualidade de matérias-primas e gestão de frotas.
- Sistemas de Integração Horizontal e Vertical: Gestão industrial, monitoramento de dispositivos de proteção contra surtos e controle de produção têxtil.
- Sensores e Atuadores: Monitoramento de manômetros na indústria química e controle de lubrificação industrial.
- Visão Computacional: Verificação de qualidade de blocos de concreto e inspeção de tecidos.
- Realidade Aumentada: Aplicações para instalações prediais.
Segurança e Conectividade
A segurança cibernética continua sendo uma preocupação crítica para a IoT, devido à fragmentação de padrões e à vulnerabilidade de muitos dispositivos. A integração da Inteligência Artificial (AIoT) em dispositivos e serviços de IoT é vista como um catalisador para a adoção e pode melhorar a segurança no nível do dispositivo. Novas tecnologias de conectividade, como o 5G aprimorado e as redes não terrestres (NTN) 5G-satélite, estão expandindo as opções para a IoT, permitindo conectividade contínua em locais remotos e com menor consumo de energia.
Fontes
- Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial: 33 projetos terão R$ 16,4 milhões –
ConvergenciaDigital, ConvergenciaDigital. - Mercado global de internet das coisas vai dobrar até 2028 e superar R$ 10 trilhões – ConvergenciaDigital, ConvergenciaDigital.
- Brasil vai perder mais de R$ 4 bilhões com taxas para Internet das coisas e satélites – ConvergenciaDigital, ConvergenciaDigital.